Madalena Alves, será a nova presidente da Fundação para a Ciência e a Tecnologia.

A professora catedrática da Escola de Engenharia da Universidade do Minho assume o lugar de Helena Pereira, que terminou o mandato no final de 2021.

Madalena Alves, docente e investigadora na Escola de Engenharia da Universidade do Minho, é a nova presidente da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). A nomeação do Governo deverá ser aprovada hoje, dia 30 junho, em Conselho de Ministros, estando a tomada de posse já marcada para amanhã. Madalena Alves sucede a Helena Pereira, que assumiu a presidência em 2019. O novo conselho diretivo será constituído ainda por Francisco Santos (vice-presidente), Amélia Polónia e António Bob Santos (vogais).

Nascida em Viana do Castelo, completou o doutoramento em Braga, na Universidade do Minho, onde se instalou como docente e investigadora. É professora catedrática e também diretora do Centro de Engenharia Biológica da Escola de Engenharia da UMinho desde 2020.

Licenciada em Engenharia Química pela Universidade do Porto, a nova presidente da FCT tem focado a sua investigação na área do ambiente, particularmente com projetos ligados à avaliação dos plásticos e microplásticos no mar e na redução da pegada ecológica através de sistemas mais eficientes de abastecimento de água, por exemplo. Outra área em que está envolvida desde o início da sua carreira na investigação, sendo inclusive objeto do seu doutoramento, são os processos de digestão anaeróbica. Ou seja, a transformação de matéria orgânica (como gorduras) em biogás (fonte de energia renovável) a partir da decomposição desta matéria orgânica num local sem oxigénio.

A experiência de Madalena Alves em cargos de direção é exclusiva ao Centro de Engenharia Biológica da Escola de Engenharia da Universidade do Minho. A nova presidente da FCT conta, no entanto, com experiência enquanto representante portuguesa em painéis internacionais. Pertenceu desde 2001 até 2010 ao grupo de trabalho da Associação Internacional da Água, integrou painéis de avaliação de projetos europeus (como o 7.º programa quadro e o programa H2020), e é, desde 2021, representante do Governo português no Conselho do Laboratório Ibérico Internacional de Tecnologia (INL), sediado em Braga.

Em Janeiro do ano passado, a nova presidente da FCT e Elvira Fortunato, agora ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, foram apresentadas como novas representantes do Estado português neste conselho — nomeadas pelo governo e apresentadas por Manuel Heitor, ministro da tutela à época. Além de Madalena Alves e Elvira Fortunato, o terceiro membro do conselho era Helena Pereira, que era inclusive a presidente deste órgão.

A nova presidente da FCT, Madalena Alves, entra numa altura em que há novo reforço das promessas para o investimento científico, como o anúncio da ministra Elvira Fortunato da implementação de uma medida para permitir o apoio da FCT a projetos de investigação que, mesmo não garantindo financiamento do Conselho Europeu de Investigação, tenham avançado até à última fase dos concursos. No entanto, o orçamento com que o novo conselho diretivo da FCT irá trabalhar é menor. No Orçamento do Estado para 2022 estão consignados 636,1 milhões de euros à FCT. Este valor representa uma diminuição de 32 milhões de euros face à proposta de orçamento de 2021.

A baixa taxa de aprovação das candidaturas apresentadas à FCT, a regularidade do financiamento e a burocratização dos processos são críticas recorrentes às últimas direções da instituição — e cuja intenção de resolução é expectável por parte da nova equipa de Madalena Alves.

A acompanhar Madalena Alves no conselho diretivo da instituição estarão Francisco Santos, como vice-presidente, Amélia Polónia e António Bob Santos, ambos como vogais. Francisco Santos é professor catedrático no Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa, coordenando também a unidade de investigação em Inteligência Artificial para as Pessoas e a Sociedade. Recebeu em 2017 o prémio de Jovem Cientista da Sociedade de Física da Alemanha e doutorou-se na Universidade Livre de Bruxelas em Ciências da Computação.

Fonte: Publico